ENTREVISTAS THINKERS EM AÇÃO

Daniela Garcia


CEO do Instituto Capitalismo Consciente Brasil

Atual CEO da ICCB, tem carreira de mais de 25 anos fortemente baseada na integração de marketing com negócios.

Foco no posicionamento de marcas e melhoria de resultados finais.

Nos últimos anos especializou-se em parcerias estratégicas e de negócios para o terceiro setor; mercados populares (classe C e D) e suas relações com as marcas; o poder do conteúdo e do marketing de influenciadores para as empresas.


INSTITUTO CAPITALISMO CONSCIENTE BRASIL

O Capitalismo Consciente é um movimento global que se originou nos Estados Unidos e que tem como objetivo elevar a consciência das lideranças para práticas empresariais baseadas na geração de valor para todos os stakeholders.

Não se trata de valor somente financeiro, empresas que atuam alicerçadas nos pilares do Capitalismo Consciente - Propósito Maior, Cultura Consciente, Liderança Consciente e Orientação para Stakeholders - geram também valor intelectual, físico, ecológico, social, emocional, ético e até mesmo espiritual a todas as partes interessadas do negócio, sem prejuízo à geração de lucros a investidores e acionistas.

ENTREVISTA

Daniela Garcia

CEO do Instituto Capitalismo Consciente Brasil

junho de 2022

Oriana White

MODERADORA

Juliana Lotti

TRANSCRIÇÃO

 

OS GRANDES DESAFIOS ESTÃO TODOS INTERLIGADOS


O grande desafio e primeiro, é exatamente esse, fazer um planejamento estratégico de branding, de comunicação, que seja suficientemente parrudo para sustentar o crescimento da empresa de forma orgânica, sem contar com verbas de mídia.

O segundo é de sempre desmistificar o que você está falando, é sempre ser muito educacional na sua conduta e na sua comunicação, sem o qual você não terá engajamento daqueles que você procura.

Eu sou uma profissional de comunicação, eu tenho 27 anos de mercado, então eu entrei no instituto para fazer isso, para fazer especificamente o plano de comunicação e a construção do que seria toda a nossa plataforma de branding.

Então é daí que a gente conseguiu o sucesso que a gente conseguiu, mas eu sei que este é um desafio para 99% das organizações de terceiro setor, TTs e organizações minimamente setoriais.

É para planejar muito bem a sua narrativa, o que entrega, o que faz, então esse, para mim, é o primeiro grande desafio de todas as organizações.

Como se comunicar, para que você tenha uma recepção boa do seu interlocutor, daquele que está do outro lado, recebendo a sua comunicação.

A segunda coisa, obviamente, é trazer uma equipe profissionalizada, todo voluntário vem de coração.

Mas o voluntário no momento em que recebe uma segunda oferta, onde você vai ser remunerado e aí, obviamente, os seus olhares viram para aquilo que lhe gera receita e não só do amor, não se vive só disso.

Então o segundo grande desafio para entidades dessa natureza é profissionalizar a mão de obra, mas para isso, passa por um terceiro desafio, que é um desafio de mindset, quer dizer, nós somos uma entidade do terceiro setor ou somos um negócio de impacto?

A gente gera receita ou não?

Então se a gente precisa de receita para profissionalizar e para fazer uma comunicação melhor, a gente precisa se entender como o negócio e se entendendo como negócio, algumas cabeças, às vezes, ficam perto de nós, outras não.

Porque você tem esse mindset da assistência e da benemerência que existe no Brasil. Então, existem desafios de operação que são mais afunilados aí caso a caso.

Eu acho que através de uma boa comunicação, você chega no engajamento daqueles que serão os seus sponsors.

E eu entendo, na verdade, que dentro do plano de comunicação e construção de uma marca, você tem que prever entradas de receita, você tem que usar a criatividade para fazer modelos de negócios que sejam aderentes com a sua malha.

É sempre uma forma de construir valor. Você precisa construir valor para que as pessoas se aproximem de você.

Você precisa dizer a que veio, por que que é bom que as pessoas estejam com você.

E é nesta construção que você gera as possibilidades de receita. Não tem outra forma.

Eu acho até que pode ser fácil criar a ideia, mas não é fácil manter essa relação, porque você pode pensar vou vender conteúdo, OK?

Essa ideia todo mundo tem.

Agora a construção de conteúdo, a forma que o conteúdo é colocado, a forma que ele é consumido, a auditoria do consumo desse conteúdo, quantas pessoas consomem, quais as dúvidas que tem, com que frequência consome, por que que consome, o que que elas querem mais, a jornada de conhecimento, isso é difícil.

É mais fácil de eu articular isso, porque eu sou desta área, eu faço isso, então se eu sou uma profissional que estou olhando exatamente para a construção dessas trilhas, dessas jornadas, que mescla conteúdo, comunicação e receita, para minha história está encaixada.

Ainda assim eu precisei de uma equipe que acreditasse em mim, desde o comecinho, para poder desenvolver junto com eles, na medida em que o instituto foi crescendo, crescíamos todos juntos, eu entrei, era uma única secretária.

Eram 240 pessoas no Instagram e uma conta pequenininha que pagava essa secretária.

Eu entrei como voluntária, 100%, hoje nós somos 88.000 pessoas nas redes sociais, 10 pessoas na equipe e um faturamento que ultrapassou, como vocês mesmos colocaram, R$ 900.000,00.

A gente construiu isso tudo, mas nascemos do orgânico e nascemos de entender qual era o nosso valor, o que que a gente estava entregando.

Transcrição Integral


ÍNDICE


  1. Uma carreira ascendente
  2. Organizações com causa e que transformam
  3. Construindo instrumentos ao longo do caminho
  4. A pandemia potencializando o discurso da organização
  5. A importância de montar um ecossistema
  6. Os grandes desafios estão todos interligados
  7. O protagonismo da iniciativa privada
  8. Futuro positivo: dismistificar e desilitizar o conceito de capitalismo consciente

1. UMA CARREIRA ASCENDENTE

Na organização, hoje, eu sou a atual CEO do capítulo brasileiro do Capitalismo Consciente, que é uma das 4 filiais internacionais do movimento de mesmo nome, americano.

Sou a primeira mulher a estar neste cargo no Brasil, e entre todas as filiais internacionais.

É a primeira vez que uma mulher chega a esse cargo e é uma enorme satisfação estar aqui.

No instituto eu já passei por algumas posições, entre elas, diretora de comunicação e marketing, depois de associações, depois de expansão nacional, diretoria geral de operações como COO e assumi como CEO março de 2022.

2. ORGANIZAÇÕES COM CAUSA E QUE TRANSFORMAM

Qualquer organização que defende uma causa, que está apoiada em propósito é para mim fundamental à sociedade.

Infelizmente, a maioria das organizações que expõe suas causas no Brasil, a maioria são setoriais ou são não governamentais.

As setoriais existem para dar suporte a setores e profissionais específicos como a ABRH e o Sebrae, que direcionam conteúdos para seus seguidores e associados.

O foco é ampliar conhecimento.

As organizações não governamentais que compõem todo o terceiro setor, e abraçam causas de diferentes naturezas, das humanitárias às desigualdades brasileiras, dão suporte, atendimento e geram conteúdo específico a esses grandes problemas.

O Instituto Capitalismo Consciente é uma organização do terceiro setor no Brasil, somos um instituto e temos um conselho e uma governança específica.

Nossa organização determina mudanças a cada 2 anos de membros do conselho e a avaliação do cargo de direção geral que recentemente mudou de voluntário para um cargo executivo.

Enfim, toda a organização do terceiro setor deve ter uma governança forte para que ela possa atuar, como eu disse anteriormente, em direção a sua causa, ou pela diminuição de determinado gap da sociedade e geração de transformação.

Acho, obviamente, fundamental que as organizações setoriais ou de terceiros setores existam na sociedade porque elas dão suporte e apoio à sociedade civil, às pessoas, para que elas falem e conheçam mais sobre uma determinada causa, um movimento ou conceito.

No nosso caso especificamente, estamos aqui para amplificar um conceito de gestão que pode transformar nosso entorno.

Nossa causa é pela diminuição das desigualdades.

Nós amplificamos conhecimento sobre capitalismo consciente, e proporcionamos que as pessoas se engajem por isso, que queiram entender mais e melhor, estejam ao nosso lado, consumindo nosso conteúdo, entendendo o que a gente pode prover conhecimento e repertório à eles, para que eles possam gerar uma transformação no seu entorno.

Muito do nosso trabalho é amplificar a consciência de lideranças para que essas lideranças sejam orientadas para impacto positivo, para uma gestão mais humanizada, mais sustentável e mais inovadora.

Então, nós estamos aqui para amplificar a consciência e o conhecimento das pessoas que elas se engajam pelo nosso tema aqui e gerem transformação.

3. CONSTRUINDO INSTRUMENTOS AO LONGO DO CAMINHO

Como é que a gente funciona.

O Instituto não é uma organização certificadora e também não é uma agência reguladora.

Por que não certificarmos.

Não certificamos a pessoa jurídica, o CNPJ, porque não acreditamos na certificação de consciência de uma pessoa jurídica.

Podemos amplificar a consciência da pessoa física que é líder desta pessoa jurídica.

Estamos criando uma autoavaliação para que as empresas consigam entender em que ponto da jornada estão.

Por que capitalismo consciente é uma grande jornada de ampliação de consciência, conhecimento e criação de ações alinhadas a impacto positivo.

Quando esta autoavaliação estiver pronta, conseguiremos medir o impacto do conhecimento nos resultados das ações da liderança.

Mais isso é mais pra frente.

Na operação brasileira criamos conteúdos desde 2017, elaborando repertório sobre capitalismo consciente e fazendo chegar mais perto das pessoas.

Deixamos de falar só com CEOs e fundadores para falar com gerência, diretoria das empresas.

A partir de 2020, nós criamos instrumentos educacionais que vão certificar a pessoa física e ajuda-la a ser um líder melhor.

Mais consciente.

Então só agora começamos a criar os primeiros instrumentos de auto avaliação.

4. A PANDEMIA POTENCIALIZADO O DISCURSO DA ORGANIZAÇÃO

A pandemia não foi boa para ninguém, obviamente, mas trouxe enormes aprendizados para as pessoas físicas e jurídicas e para o capitalismo também.

A pandemia foi um potencializador do discurso de capitalismo consciente na medida que mostrou claramente ao mercado o que é de fato capitalismo de stakeholder.

O olhar fundamental para as pessoas.

O valor que todas elas têm no nosso negócio.

As empresas passaram a olhar os seus stakeholder de forma muito diferente, com muita propriedade.

Vamos lembrar, no começo da pandemia, quando todas as empresas fecharam as suas portas, em lockdown, e tiveram que imediatamente de cuidar dos seus colaboradores.

Na sequência, o mercado todo falou dos fornecedores, quem tinha recursos para poder arcar com os pagamentos dos fornecedores, que não parasse o pagamento, salvando-os muitas vezes da falência.

Falamos da compra de fornecedores menores, da agricultura familiar, do artesão das redes sociais.

Todos nós nos mobilizamos pelos nossos stakeholders.

Independente do tamanho da nossa empresa.

Nunca se vendeu tanto queijo mineiro no Brasil.

Lembra-se disso.

Essa visão de sistema, de que todos dependemos de todos é fundamental para que as pessoas entendam o que são os stakeholders e como funciona uma economia saudável e viva.

Tudo isso já era alicerce da narrativa do Capitalismo Consciente, que é baseado em 4 pilares: propósito maior, liderança consciente, orientação para stakeholder e cultura consciente.

A orientação para stakeholder é mapear, olhar e se relacionar com todos os grupos de interesse da empresa e tratá-los de forma equânime, o que significa com a mesma importância, mas não da mesma forma.

Sem esses grupos a empresa não sobrevive.

Se esse sistema não funcionar perfeitamente, ele fará com que a empresa não siga bem, e possa até ter prejuízos Entender isso é ter um olhar sistêmico.

E aí também tivemos vozes internacionais que ao longo da pandemia falaram sobre isso, fortaleceram o discurso do capitalismo de stakeholder: Davos e as suas reuniões tinham como assunto principal mudanças climáticas e capitalismo de stakeholder, Larry Fink, CEO da BlackRock em nas suas cartas sobre ESG, fala de capitalismo de stakeholder, entre outros.

Os mercados internacionais e os investidores passaram a falar mais sobre ESG e muitos olhos se voltaram para o Capitalismo Consciente.

Já falamos sobre a importância das pessoas e do ESG há muito tempo.

Entendemos que um negócio só é um negócio quando ele gera riqueza e compartilhamento com os seus stakeholders, sem isso, um negócio não existe.

Então a pandemia foi, enquanto movimento, importante para nós, muito importante para o mercado e obviamente, mudou a nossa trajetória de trabalho para um planejamento muito maior, mais amplo e com mais entregas.

Por último, vamos lembrar que capitalismo de stakeholder com propósito é igual a capitalismo consciente.

5. A IMPORTÂNCIA DE MONTAR UM ECOSSISTEMA

Desde 2018 que nós estamos montando um ecossistema de empresas que se percebem Capitalistas Conscientes e que seguem nossos princípios.

Funcionamos como uma entidade que agrega e acolhe empresas todas elas.

Chegar é uma livre iniciativa da empresa e escolher a categoria de associação também é uma escolha da empresa.

Não pediremos documentos sobre tempo de fundação, número de colaboradores, faturamento, apenas uma autodeclaração onde a empresa afirma não ter tido problemas com casos sobre corrupção, lavagem de dinheiro, e trabalho escravo.

Agimos dessa forma porque entendemos que precisamos amplificar o seu conhecimento sobre nosso conceito e, obviamente, levar esse repertório para dentro da sua gestão.

6. OS GRANDES DESAFIOS ESTÃO TODOS INTERLIGADOS

Quando falamos de organizações do terceiro setor ou de pequeno porte que não contam com uma verba de comunicação, marketing e mídia que a iniciativa privada tem.

Precisamos contar com um plano de ação mais amplificado e que tenha como foco ajudar a ampliar conhecimento sobre nossa causa, nossa atuação e nosso trabalho.

O primeiro e grande desafio é exatamente esse, fazer um planejamento estratégico de branding, de comunicação, que seja suficientemente forte para sustentar o crescimento da empresa de forma orgânica, sem contar com verbas de mídia.

O segundo é sempre desmistificar o que você está falando, é sempre ser muito educacional na sua conduta e na sua comunicação, sem o qual você não terá engajamento daqueles que você procura.

Eu sou uma profissional de comunicação, eu tenho 27 anos de mercado, e quando entrei no instituto foi para fazer exatamente isso: a construção do que seria toda a nossa plataforma de branding.

Considero grande parte do nosso sucesso, a boa comunicação e a qualidade do conteúdo que construímos.

Eles são alicerces do que a gente conseguiu neste tempo; mas entendo que este é um desafio para 99% das organizações de terceiro setor, e organizações setoriais.

É planejar muito bem a sua narrativa, o que são nossas entregas, o que fazemos, e como comunicamos tudo isso o nosso desafio.

Esse trabalho bem feito tem uma boa recepção do seu interlocutor, daquele que está do outro lado, que acaba entendendo sua mensagem e adere ao seu trabalho ou organização.

A segunda coisa, obviamente, é trazer uma equipe profissionalizada e não voluntária.

Todo voluntário vem de coração.

Mas no momento em que recebe uma segunda oferta, que vai remunerá-lo, obviamente, os seus olhares viram para aquilo que lhe gera receita e ele sai.

Então o segundo grande desafio para entidades dessa natureza é profissionalizar a mão de obra, mas para isso, passamos por um terceiro desafio, que é um desafio de mindset.

Quer dizer, nós somos uma entidade do terceiro setor ou somos um negócio de impacto.

Geramos receita ou não.

Então se precisamos de receita para profissionalizar e para fazer uma comunicação melhor, se precisamos nos entender como o negócio que gera impacto e transformação, precisamos nos olhar diferente.

Algumas pessoas gostam disso, outras não.

A boa comunicação, também faz você chegar em novos sponsors e investidores.

E isso é importante também para o terceiro setor.

Finalmente, entendo que dentro do plano de ação e construção de uma marca, deve-se prever entradas diferentes de receita.

Precisamos usar a criatividade para fazer modelos de negócios que sejam aderentes com seus seguidores, engajados e pessoas que podem colaborar para o negócio.

Comunicar bem é sempre uma forma de construir valor.

Você precisa construir valor para que as pessoas se aproximem de você.

Você precisa dizer a que veio e por que que é bom que as pessoas estejam com você.

7. O PROTAGONISMO DA INICIATIVA PRIVADA

Aqui no Instituto Capitalismo Consciente Brasil, nós não trabalhamos diretamente para a criação de políticas públicas.

Nosso foco é a iniciativa privada.

Falamos sobre o protagonismo da iniciativa privada na diminuição das desigualdades.

Então trabalhamos pela amplitude de consciência das lideranças, para que elas entendam o seu papel na gestão diária, no impacto que geram com suas ações, e na diminuição das desigualdades da sociedade.

Por exemplo, um líder de sustentabilidade mais bem orientado e consciente vai entender, que pode trabalhar com projetos de economia circular, de reciclagem.

Quando ele elabora um projeto desse, o impacto que aquele projeto gera, obviamente está relacionado à consciência que ele tem do seu entorno e o poder da decisão que ele tem.

Agora, por que a gente não fala de políticas públicas.

Porque falo sempre em nome da iniciativa privada.

Claro que levantamos algumas bandeiras mas não focamos em políticas públicas.

Por exemplo, quando a gente fala de gaps salariais, sabemos que no Brasil existem empresas que oferecem até 14.000% de diferença entre a remuneração do CEO e do chão de fábrica, isto é um problema sério da iniciativa privada.

Todas as empresas poderiam olhar.

Quando a gente fala, por exemplo, de reforma tributária, é porque sabemos do poder que tem a rearticulação dos impostos, e o quanto a carga tributária acaba sendo mais relevante para os pequenos.

Mas eu não falo diretamente com o governo sobre isso, é a iniciativa privada que tem isso como pauta.

8. FUTURO POSITIVO: DESMISTIFICAR E DESELITIZAR O CONCEITO DE CAPITALISMO CONSCIENTE

Estamos direcionando nossas ações para dois segmentos: desmistificar o capitalismo consciente e deselitizar o conceito.

Eu não quero que as pessoas achem que capitalismo consciente é só para grandes empresas.

Sim, as grandes são exemplos de boas ações, de iniciativas capitalistas conscientes.

Mas precisamos fazer com que o nosso conceito e pautas como o ESG e capitalismo de stakeholder, cheguem às micro e pequenas empresas, no Brasil, que compõem mais da maioria dos CNPJs e empregam mais de 46% da população brasileira.

Elas precisam entender, estarem alinhadas com os pilares do capitalismo consciente e com as métricas ESG para que se organizem, para que elas estejam melhor preparadas para receber iniciativas financeiras de outros investidores e também para que sejam contratadas pelas médias e grandes empresas.

Como eu vejo o futuro.

Sempre vejo um futuro positivo, porque acho que ele depende do olhar das pessoas, do valor que as pessoas dão para a jornada da vida.

Não podemos mais voltar atrás e agir como fazíamos antes.

Estamos numa nova era, nova economia, nova etapa de vida e transformação.

Estamos numa rota única que deve seguir para a sustentabilidade.

Tudo tem que ser sustentável.

Precisamos olhar para as pessoas, tratá-las com cuidado, os negócios são pessoas.

Também não é possível usufruir do planeta da forma com que os negócios usufruíram.

Precisamos olhar o tempo todo para o impacto que estamos gerando.

Então, voltando aos pilares, queremos mais pessoas e empresas olhando para a forma de gestão do capitalismo consciente.

Vamos fazer chegar a todos o nosso conceito.

Precisamos olhar os nossos jovens também.

Eles são o futuro.

Temos hoje 31,4% de jovens entre 18 a 24 anos desempregados no Brasil.

Maior índice de desemprego juvenil do G20.

Isso é muito sério.

Nossos jovens não estão preparados nem engajados para nada, isso não pode acontecer.

A gente tem que colocá-los na trilha da economia, da educação.

Temos que falar de cidadania, temos que prepará-los para serem bons cidadãos e obviamente, bons líderes.

Aqui no ICCB temos uma plataforma de educação para estes jovens.

Uma mini certificação de capitalismo consciente para jovens que vão entrar no mercado de trabalho.

É também nosso projeto social pois a cada empresa associada que coloca um jovem nessa plataforma, abrimos vagas para 5 jovens de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade aprenderem os mesmos conceitos.

De graça.

Todos os jovens precisam desse acolhimento.