Thinkers em Ação

Hugo Bethlem

Presidente do Conselho do Capitalismo Consciente Brasil

Formado em Administração de Empresas pela FMU - SP e Ciências Contábeis pela Paulo Eiró – SP.

Cursos de especialização em Gestão e Empreendedorismo em Cornell - USA, Babson - USA e FGV – SP,

Estratégia e Conselhos de Administração no IMD – Suíça,

Blockchain na Saïd Business School - Oxford, Social Entrepeneurship - Stanford University e LeadershipProgram - Saïd Business School - Oxford, Innovationand Disruption - Harvard Business School/Saint Paul, Circular EconomyandSustainability - Cambridge University.

Palestrante nacional e internacional e professor convidado na FGV, FDC, ESALC e FIA.

Co fundador e Chairman do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (Atual).

Capitalismo Consciente Brasil

Fundado em 2013 para incentivar, inspirar e ajudar empresários, empreendedores e líderes a aplicarem os princípios do capitalismo consciente em suas organizações através de programas de conscientização, inspiração e educação, através de palestras, eventos, workshops, compartilhamento de casos de sucesso e publicações.

ENTREVISTA

Hugo Bethlem

Presidente do Conselho do Capitalismo Consciente Brasil

junho de 2022

Oriana White

ENTREVISTADORA

Juliana Lotti

TRANSCRIÇÃO

 

A IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL DE FAZER ENTENDER O SEU CONCEITO E SEU PROPÓSITO

É o amor que eu estou trazendo aqui na história do trabalho, é o amor que a gente tem com o filho, é de fazer com que ele dê certo.

Então, a gente quer que a nossa equipe dê certo.

Porque se as pessoas trabalham com prazer e encontram um propósito na sua razão.

Já desde o final do século 19, escreveu o seguinte: os 2 dias mais importantes da nossa vida são: o dia que a gente nasce, se não, a gente não estava nem aqui e o dia que a gente descobre que raio eu vim fazer aqui? E é difícil, mas as lideranças, se não descobrirem, vão ser passageiros da sua vida.

E nós precisamos ser protagonistas e líderes.

As pessoas esperam isso, líderes conscientes.

E dão tarefas para serem executadas, mas eles dão muito mais do que apenas tarefas, eles dão algo para as pessoas acreditarem.

Transcrição Integral


TÓPICOS DA ENTREVISTA


  1. A força do conselho na performance do Think Tank
  2. Produzindo informação e disseminando novos conceitos
  3. A história do capitalismo consciente no Brasil
  4. Grandes desafios: trocar o foco no lucro pelo foco no propósito
  5. A importância fundamental de fazer entender seu conceito e seu propósito
  6. Os que não acreditam são os grandes entraves
  7. A possibilidade de muitas atividades conjuntas
  8. A importância da cooperação
  9. Ser apolítico é melhor para o Brasil
  10. A pandemia acelerou as empresas participantes e os recursos para o desenvolvimento
  11. Foco no nacional e nas filiais regionais

1- A FORÇA DO CONSELHO NA PERFORMANCE DO THINK TANK

Eu sou um dos cofundadores. Acho que levamos um tempo para nos definirmos, acredito que nos últimos 2 mandatos desde que o Rony Meisler foi o presidente e eu assumi como CEO (na sequência foi o Dario Neto.E agora o terceiro, na verdade a terceira é a Daniela Garcia e, eu fui reconduzido como presidente).

Efetivamente trouxemos à tona, inclusive ontem tivemos uma reunião do conselho consultivo, que são os nossos grandes pensadores e grandes vozes do Brasil. A lista dos membros está no site.

Qual a contribuição que eles podem dar? Sabemos que têm agendas extremamente ocupadas. A gente não quer fazer reuniões tradicionais de conselho, queremos efetivamente escutá-los. Então nós dividimos, inclusive em 4 pilares.

Por exemplo, Luiza Helena Trajano é super ocupada, mas ela tem uma equipe que trabalha muito forte na influência digital.

Então a equipe dela recebe o material que a gente divulga e em nome da Luiza Helena ela divulga as ideias.

Por exemplo, o pegar o caso de Silvio Genesine, ex Accenture, ex presidente também no Estadão.

Ele vai no pilar palestrante in company ou eventos do capitalismo consciente, a gente convida esses conselheiros que estão nessa proposta.

Outros são aqueles que vão atrás de indicações. Então, especificamente, indica, memberget a member, em termos de CEOs.

Dividimos nesses 4 pilares e com isso a gente reforça efetivamente o papel do capitalismo consciente como Think Tank.

É importante porque as pessoas costumam perguntar: vocês certificam? Não. Nós não nos certificamos, aliás, é impossível certificar a consciência. Seja da pessoa, muito menos de uma empresa.

E quando a pessoa diz, mas tal empresa não pode estar associada.

Nós somos um centro de acolhimento, pensamento e desenvolvimento daquelas empresas de líderes que querem fazer uma jornada mais consciente.

2-PRODUZINDO INFORMAÇÃO E DISSEMINANDO NOVOS CONCEITOS

Ontem mesmo soltamos um novo blog de um título de um artigo meu que escrevi, chamado Amor mais Trabalho, são 2 palavras que normalmente nunca estão no mesmo ambiente, baseado num livro.

Foi um artigo que a McKinsey escreveu, de um livro de um autor americano que saiu agora, eu peguei e fiz uma tradução livre, fiz uma adaptação minha e soltei isso.

Essa semana ainda, também divulgamos em nosso blog, sobre a fome.

Um estudo muito profundo sobre este desafio.

Antes da pandemia, nós já tínhamos mais de 50.000.000 de pessoas, mais de 25% da população brasileira, vivendo algum tipo de fome, que a gente chama insegurança alimentar.

Infelizmente, agora, nós mais do que dobramos.

3- A HISTÓRIA DO CAPITALISMO CONSCIENTE NO BRASIL

Vou contar um pouco a história do capitalismo consciente no Brasil.

Eu fui muitos anos vice-presidente do GPA e, também fui presidente de bandeiras: Compre Bem, Sendas e Extra.

E lá por 2004, eu lembro que o Abílio nos distribuiu um livro de um dos maiores gurus de administração do mundo, chamado Jim Collins, que escreveu o famoso livro GoodtoGreat.

Ele deu o livro e falou assim: Não quero que o Pão de Açúcar seja campeão apenas do campeonato regional, nem brasileiro, nem sul-americano eu quero mundial, e para isso nós temos que ser Great, toma um livro para cada um e vamos trabalhar nisso.

A gente começou a trabalhar, ainda na época, eu presidia 2 bandeiras de classe média baixa no Brasil, o Compre Bem em São Paulo e interior do Rio e Recife a Bandeira Sendas, no Rio.

E comecei a trabalhar fortemente nesse foco de sermos “Great” e quando chegou 2008, veio a crise do subprime, a famosa crise da bolha econômica.

O GoodtoGreat trazia um estudo de apenas 11 empresas que eram Great.

Estatisticamente, isso não é resultado, mas em termos de case era legal.

Duas dessas empresas, Fannie Mae e Circuit City faliram durante a crise de 2008 e aí nós nos perguntamos: como pode uma greatcompany falir? Tem algum elo desta corrente que está frágil.

E a gente usa muito aquele ditado: toda corrente é tão forte quanto o seu elo mais fraco e identificamos que o elo mais frágil era liderança.

Apesar do time Collins falar do líder nível 5, ele não trata em nenhum momento, da liderança humanizada, ele tinha muita restrição em usar as palavras: Amor e Trabalho.

Ele fala só de eficiência, eficácia e tudo mais, com foco apenas financeiro.

Nesse período nós começamos a buscar internacionalmente outras referências que nos explicasse um pouco aquele momento.

E a nossa vice-presidente de recursos humanos da época, a Sylvia Leão, encontrou o professor RajSisodia, um dos cofundadores do capitalismo consciente, com o livro “FirmsofEndearment” em inglês, que a gente traduziu para o português, chamando de Empresas Humanizadas.

Este livro trazia um caso de 26 empresas um pouco maior, ainda não estatisticamente válido, mas também de cases.

O livro tinha nascido de uma história um pouco diferente, Raj que é nascido na Índia, radicado nos Estados Unidos e inconformado que no ano de 2003, as empresas americanas bateram um trilhão de dólares em gastos publicitários, o mesmo valor do PIB da Índia.

E esses gastos serviam para atrair o cliente, mas quase nenhuma tinha habilidade de reter esse cliente e aí ele lançou um desafio para os alunos universitários dele, de fazerem um estudo de empresas que gastasse muito pouco.

Vamos estudar empresas que gastem muito pouco para fora.

Se gasta para dentro, marketing e tudo mais, não importa, mas gastem muito pouco para fora e tenham profunda adesão, retenção de colaboradores e de clientes.

Foco nesses pilares e chegou nessas 26 empresas.

Uma delas era o WholeFoods Market, e o John Mackey, que até hoje é o CEO e fundador da empresa (se aposentou em 01 de setembro de 2022), leu o rascunho do livro, ficou apaixonado, chamou o Raj e falou que precisamos mudar o jeito de se fazer investimentos e negócios para diminuir as desigualdades.

Que tal se nós fundarmos um movimento chamado Capitalismo Consciente, porque continuamos acreditando que o capitalismo é a melhor forma de geração de riqueza, de inclusão social das pessoas elevando a sua dignidade.

Mas para isso, todos precisam ter chances iguais no ponto de partida.

A partir daí, em 2008, nasce o movimento capitalismo consciente nos Estados Unidos, eu passo a conhecer o Raj, em 2011 o trazemos para o Brasil onde fizemos um in-company com no Grupo Pão de Açúcar.

Fizemos outros eventos depois, em 2013, eu e mais um grupo de outros brasileiros fomos aos Estados Unidos, no evento deles, chamado “CEO Summit”, que acontece em outubro, para participar.

No final fomos lá conversar com John, com Raj e com o Doug, que na época era o CEO do Capitalismo Consciente Internacional, para dizer: olha, nós queremos abrir um Chapter no Brasil.

Na época, só existia um Chapter Internacional que era Austrália, e aí eles nos autorizaram.

A gente voltou para o Brasil, e em outubro de 2013 fundamos o Instituto.

4- GRANDES DESAFIOS: TROCAR O FOCO NO LUCRO PELO FOCO NO PROPÓSITO

Diria que os primeiros anos, foram enormes desafios, primeiro em tirar o romantismo da história de ser Capitalista Consciente.

Ser consciente, trocar foco no lucro pelo foco no propósito, não é abrir mão do lucro.

A diferença é que hoje está se falando muito, seja por Klaus Schwab, seja por Ed Freeman, o conceito de Stakeholder Capitalism.

Porque o shareholdercapitalism que foi Milton Friedman, funcionou, foi maravilhoso, foi pós-guerra, precisava reerguer o capitalismo americano, quase matou a sociedade e o planeta.

Então, por exemplo, a Rebecca Henderson, que é uma professora de Harvard, escreveu um livro chamado ReimagingCapitalism in a World onFire, é um livro maravilhoso.

Mas não tem tradução no Brasil ainda, ela pergunta o seguinte: capitalismo é uma das maiores invenções em fonte de prosperidade humana e a resposta é sim, ou é uma das maiores ameaças e fonte de desestabilidade e destruição do planeta e a resposta também é sim.

Então essa dicotomia vem desse capitalismo para shareholder, que lá atrás, a máxima ditada foi a seguinte: a única responsabilidade social da empresa é maximizar o lucro do acionista.

O que não está escrito e que foi praticado nos últimos 50 anos, é que isso se faz, na maioria das vezes, às custas da dor, da miséria e do sofrimento dos outros stakeholders.

Então, o capitalismo para stakeholder, que é também um conceito cunhado nos anos 70, perdeu espaço naquela época e ressurgiu agora.

O World Economic Forum de 2020, usou esse tema - Stakeholder capitalism - que é um termo não necessariamente cunhado por Klaus Schwab, mas pregado por ele.

Na verdade, quem cunhou publicamente a primeira vez foi Ed Freeman, que é o pai desse conceito do capitalismo de stakeholder.

Quando você olha essas 2 frases: O capitalismo é uma das maiores invenções, falando de prosperidade, para o jovem, o pobre, o pessoal chamado socialista, isso é uma aberração, é isso que está matando a imagem das companhias.

Mas quando você fala, espera aí, ele tá olhando a linha de baixo, a frase de baixo que o capitalismo está sendo uma ameaça pra humanidade e destruição do planeta, que é verdade se você continuar produzindo apenas maximização de lucro para o acionista.

Se você tiver um conceito apenas de individualização, em vez de interdependência, a gente não vai a lugar nenhum mais.

5- A IMPORTÂNCIA FUNDAMENTAL DE FAZER ENTENDERSEU CONCEITO E SEU PROPÓSITO

Então a principal dificuldade durante muito tempo foi dizer o seguinte: capitalismo consciente não é paz e amor, que a gente faz o que quiser, dá resultado se puder e aparece para trabalhar quando quiser, nada disso! Capitalismo consciente é ter um líder consciente, que cuida das pessoas, põe o propósito em primeiro, e faz com que todos andem na mesma direção do propósito da empresa.

A gente diz que ser líder consciente não é paternalismo de levar as pessoas nas costas, e fazer as coisas por elas, mas é levar as pessoas no coração e mostrar o caminho que deve ser seguido para alcançar o sonho com amor e trabalho.

É que nem filho: a gente só reclama com quem a gente ama.

Então esse negócio de dizer: “deixa acontecer”, não é isso.

É o amor que eu estou trazendo aqui na história do trabalho, é o amor que a gente tem com o filho, é de fazer com que ele dê certo.

Então, a gente quer que a nossa equipe dê certo.

Porque se as pessoas trabalham com prazer e encontram um propósito na sua razão de existir.

Já desde o final do século 19, Mark Twain escreveu o seguinte: “os 2 dias mais importantes da nossa vida são: o dia que a gente nasce, se não, a gente não estava nem aqui e o dia que a gente descobre que raio eu vim fazer aqui?” E é difícil, mas as lideranças, se não descobrirem, vão ser passageiros da sua vida.

E nós precisamos ser protagonistas e motoristas para liderar.

As pessoas esperam isso, líderes conscientes.

Não dão apenas tarefas para serem executadas, mas eles dão muito mais, eles dão algo para as pessoas acreditarem.

6- OS QUE NÃO ACREDITAM SÃO OS GRANDES ENTRAVES

Eu não gosto da palavra amigos e inimigos.

Eu diria os mais aguerridos, e os ainda céticos.

Eu diria que o grande segmento cético, infelizmente, é o financeiro, porque os bônus falam mais alto.

Uma das razões do Friedman, da história do Capitalismo para Shareholder, é que deixou de ser apenas para shareholder e passou para “C-levelholder”, porque os bônus passaram a ser tão importantes, tão imediatistas, tão a curto “prazistas”, que esta questão é o maior inimigo.

Nada impede, não há crítica em enriquecer, aliás, pelo contrário, outro dia eu vi uma fala do Gilson Rodrigues, que é o presidente do G 10 favela, que é um grande parceiro do Capitalismo Consciente, dizendo o seguinte: “nós não queremos discutir a diminuição da desigualdade, porque eu posso nivelar todo mundo por baixo, que foi o que o comunismo fez.

Eu quero discutir a redução e eliminação da pobreza” A grande questão é essa, quando eu tenho interesses muito fortes, movidos pelo bolso.

Ainda prevalecendo apenas pelo bolso no curtíssimo prazo, em dar proteção para o stakeholder capitalism, que não deixa de maximizar o lucro justo, Mas enquanto o faz, gera riqueza, inclusão e bem-estar para todos, de forma equânime, pois o cliente tem que ter a sua retribuição diferente do colaborador, que é diferente do acionista.

7- A POSSIBILIDADE DE MUITAS ATIVIDADES CONJUNTAS

Eu costumo dizer que a minha atividade profissional hoje, remunerada, é se CheafPurpose Officer da Bravo GRC (deixei a função executiva em 1/09/2022), que é uma empresa de tecnologia e consultoria em governança, risco, Compliance e ESG e integra pessoas e processos para elevar o conhecimento e a consciência das organizações.

O que é um CheafPurpose Officer? É aquele líder de propósito de alinhar todo mundo no propósito da companhia e trabalhar os valores da companhia alinhados aos seus valores pessoais.

Pessoas que não tem alinhamento de seus valores pessoais com os valores da companhia vão ser infelizes.

Eu acho que esse é o grande desafio.

Mostrar que se você alinhar essas questões, o resultado vai ser maior do que você imaginava no longo prazo, não olhe o curto prazo, e trabalhe para uma curva crescente e sustentável.

Agora tem que tomar cuidado, porque o crescimento não pode ser infinito, porque os nossos recursos naturais e humanos são escassos e são finitos.

A gente tem que trabalhar neste equilíbrio, que acho que é o grande desafio.

A grande diferença que eu vejo, que me perguntaram, quando eu assumi essa posição, um ano e pouquinho atrás.

O país tem um diferencial competitivo.

Eu faço questão que várias empresas tenham e abram sim.

Todos que querem ser CheafPurpose Officer (ou agora como ChiefPurposePartner – conselheiro/consultor) tenham esse papel porque tem que ser um diferencial cooperativo e colaborativo.

8- A IMPORTÂNCIA DA COOPERAÇÃO

É exatamente o que a gente busca.

Por exemplo, a gente brinca junto com o SISTEMA B BRASIL que, como nós não somos certificadores de empresa e o Sistema B é, você quer passar no exame do SISTEMA B BRASIL, vem fazer vestibular com o Capitalismo Consciente, que a gente forma.

Eu também sou conselheiro do Akatu por um instituto para o consumo consciente, sou do IDV Instituto Desenvolvimento do Varejo.

A gente busca uma sinergia.

Vai ter um evento agora em setembro, chamado Latam Retail Show, que já é o segundo ano onde a gente tem um fórum de ESG combinado IDV e ICCB juntos.

Então, a ideia é colaborativa.

Já assinamos vários manifestos junto com Ethos, com outros institutos, com IDES, trabalhamos sempre.

Não acho que a gente tenha um diferencial, só que o nosso negócio é Capitalismo.

Eu não tenho ONGs associadas, nem consigo ter, consigo ter ONGs parceiras, mas não associado.

Por quê? Porque nós continuamos acreditando na geração de resultado, de lucro, de concorrência.

A gente não chegou a montar projeto para política pública, mas vamos começar uma frente nesse sentido em 2023.

Por exemplo, o Sistema B e o IDV, têm um processo, legítimo de lobby em Brasília que é muito mais estruturado do que a gente tem, não tem estrutura, projeto nenhum, por enquanto.

Por exemplo, essa semana a gente estava discutindo no conselho, se convidaríamos os presidenciáveis, para vir falar conosco, um de cada vez, sobre a sua proposta de ESG, mas não sabemos se vamos avançar com isso ou se a gente se une ao IDV, ao Sistema B, ao IBGC, ao Akatu e ouvimos eles todos juntos.

9- SER APOLÍTICO É MELHOR PARA O BRASIL

Nós somos completamente apolíticos.

Somos uma instituição que olha para o Brasil.

Para a iniciativa privada do Brasil, eu acho que os políticos já fazem muito, se não atrapalharem, essa é uma grande proposta.

Então seja quem for, desde que as instituições prevaleçam, que nós sejamos 3 poderes independentes: sejamos uma democracia, tenhamos efetivamente o voto popular.

Temos um Congresso na Câmara, um Senado e um Congresso aberto nas 3 instâncias: municipal, estadual e federal funcionando.

10- A PANDEMIA ACELEROU AS EMPRESAS PARTICIPANTES E OS RECURSOS PARA O DESENVOLVIMENTO

Mudou. Eu diria que deu uma grande acelerada, eu infelizmente, quando começou a pandemia, eu acreditava que ia passar, seriam apenas 2 semanas, um mês de restrição, tudo mais.

Estamos aí há 2 anos e meio e a coisa não acaba, arrefece.

E eu gostaria de que a pandemia tivesse sido um game changer, mas infelizmente para mim, a constatação é que ele foi um game accelerator.

Então, muitas coisas que estavam empacadas, por exemplo, digitalização do varejo, teve que acontecer.

Esse canal que nós estamos usando (vídeo conferencia) é resultado desse processo, eu provavelmente em 2 anos, fiz mais de 200 lives pelo Capitalismo Consciente e, claro, as empresas e as pessoas se sentiram mais necessitadas de encontrar um lugar comum para falar de propósito de valores, de cuidar, de amar, de cultura.

Então a gente teve uma aceleração sim do número de associados, seja na pessoa, por exemplo, a gente começou a pandemia com 12 embaixadores.

Nós devemos estar chegando a 4.500 agora.

Se você tem um modelo “freemium”, pode se associar sem custos, você vai receber informações, fazer assinatura, ter acesso a cursos, mas se quiser uma certificação em liderança consciente, terá que evoluir para um embaixador contribuinte.

Por exemplo: a gente não certifica empresas, mas a gente certifica lideranças, do tipo: você está certificado em liderança consciente, cabe a sua consciência aplicar ou não o que você aprendeu.

Então, nesse processo a gente ganhou muito.

Nós havíamos entre 90-95 empresas na virada de 2019 para 2020, hoje somos 180.

E aí, entram também parceiros não pagantes, mas que trocam toda essa rede de informação e parceiros pagantes, e com isso a gente tem o dinheiro suficiente para fazer o nosso advocacy, principalmente, que são os seminários, encontros, os INES, a comunicação.

A equipe em 2017, quando eu convidei o Rony Meisler para ser o presidente, e assumi como CEO, nós tinhamos uma funcionária, não tinhamos dinheiro nem para pagar o aluguel do escritório.

Hoje nós somos 12 colaboradores, vamos lançar mais um livro.

Sempre lançamos 2 livros por ano.

Durante a pandemia, lancei um livro meu chamado “A estratégia do Varejo sob a Ótica do Capitalismo Consciente” e lançamos o do John Mackey – “Liderança Consciente”.

Vamos lançar o primeiro livro agora, dia sete de setembro, para comemorar os 200 anos da Independência, que é o primeiro livro infanto-juvenil, chama “Capitalismo Consciente para Crianças”.

Como é uma tradução e adaptação americana, a gente não pode mudar o título, mas lendo o conteúdo, eu diria que ele é pra teens, a partir de 12 anos e não deveria ser para kids.

A gente vai lançar dia 7 de setembro, porque é o grito de Independência desses jovens para o futuro de liderança consciente.

É mais fácil obter recursos de pessoa jurídica.

Pessoa física, é claro que R$ 300,00 pode ser muito dinheiro para muita gente, mas não é para as pessoas que nós buscamos na associação.

Para a associação, hoje em dia, male e male paga um jantarzinho, então, a gente acha que é pouco.

Mesmo assim, não é tão simples.

11- FOCO NO NACIONAL E NAS FILIAIS REGIONAIS

Não. É que cada país trabalha com o seu local.

Por exemplo, o capitalismo consciente americano, apesar de nós seguirmos todos os Branding, não nos apoia em nada financeiramente, são modelos diferentes.

E nós agora já abrimos 11 filiais regionais desde o ano passado.