ENTREVISTAS THINKERS EM AÇÃO
Nayara Morais Bernardes
Analista de Projetos da Economia Criativa
Gerenciamento de projetos de desenvolvimento territorial com foco no turismo.SEBRAE – MINAS GERAIS
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, ou seja, tem o objetivo fomentar o empreendedorismo no Brasil auxiliando as pequenas empresas e micro empreendedores individuais.
ENTREVISTA
Nayara Morais Bernardes
Analista de Projetos da Economia Criativa
2022Oriana White
MODERADORA
Juliana Lotti
TRANSCRIÇÃO
UM THINK TANK CONTRIBUINDO PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS
Eu gosto demais de trabalhar no Sebrae.Não é à toa que eu estou aqui há tanto tempo. Quando você pensa qual seu propósito de vida, o que que te enche o olho para ir trabalhar, tem a ver com seu jeito, a sua proposta, os seus valores.
Eu vejo que no trabalho que eu desempenho diariamente eu estoucontribuindo diretamente para o desenvolvimento do meu país. Eu sou mãe, tenho 2 filhas, então isso é um legado que eu estou deixando,um ambiente melhor para as gerações futuras, diretamente para as minhas filhas, então isso é um valor, pra mim,muito importante.
O que eu faço tem um desdobramento maior.
A gente tem essa flexibilidade de propor, tenho todo os insumos, instrumentos que a gente tem internamente quanto externamente para compor o nosso repertório de análises de cenários e de tendências, com isso eu consigo fazer uma proposição para dentro do Sebrae, aqui na empresa, tanto para minha gerência, quanto para diretoria, que na maioria das vezes é acatada e a gente consegue caminhar com as soluções e a direção para as empresas.
É muito importante o que o Sebrae proporciona.
É um valor que é meu, que eu tenhopara trabalhar, que tem impactado no meu país, além de outras coisas que o Sebrae oferece enquanto empresa para o seu próprio corpo de funcionários.
Tem uma estrutura maravilhosa para gente poder funcionar e ter essa empolgação esse brilho no olho também.
Transcrição Integral
ÍNDICE
Um pouco sobre mim
- O orgulho de trabalhar no sebrae
- A importância de conhecer o ecossistema
- O sebrae e as políticas públicas
- Um think tank contribuindo para o desenvolvimento do país
- Os grandes desafios
- Parceiros para trabalhar com o ecossistema
- Sugestões para iniciar um novo think tank
UM POUCO SOBRE MIM
Meu nome é Nayara Morais Bernardes, trabalho atualmente aqui no Sebrae-MG como analista de projetos da Economia Criativa, mas tem 18 anos que trabalho no Sebrae.
Entrei em 2004, sou formada em turismo, trabalhei por 15 anos nos projetos do turismo e há 3 anos eu assumie acompanho os projetos de economia criativa no estado como um todo.
1. O ORGULHO DE TRABALHAR NO SEBRAE
Eu sou até suspeita para falar porque eu vejo o Sebrae como uma grande agência de desenvolvimento do país como um todo.
O Sebrae tem essa condição tanto pela formação de seu corpo técnico,como pelo tempo de existência.
Esse ano o Sebrae completou 50 anos de existência enquanto empresa.
Então é longa a trajetória isso é muito importante.
A visão que a gente tem,representa não só uma construção nessa agência de desenvolvimento, que eu costumo falar que é “a empresa da porta para dentro”, com todas as soluções que a gente apresenta para as empresas transformarem a sua gestão de todas as formas, a gente tem a solução para trabalhar a gestão.
Mas também o Sebrae se preocupa com o ambiente em que essas empresas estão inseridas, então nós temos ações que trabalham com o desenvolvimento da governança, os Stakeholders, as parcerias, todos os caminhos que a gente tem que impactamos no setor.
Então a gente tem algumas intervenções que condizem com a formação política, não a política que a gente enxerga no país, mas a política enquanto formação social-econômica e de tudo o que tem servido no meio para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas.
Eu acho um trabalho essencial, fundamental, lindo.
Eu sou formada em turismo, quando eu comecei a faculdade eu enxerguei no turismo uma atividade que conseguia mexer na realidade de onde ela estava inserida.
Na realidade, tanto das empresas quanto na realidade o espaço ali, gera uma transformação, tem um impacto muito grande.
O Sebrae é algo muito parecido, porque, ele tem essa condição, essa capacidade de gerar transformação tanto na empresa quanto no todo.
Isso é muito gratificante, é empolgante, a gente fica entusiasmada de trabalhar no Sebrae, é muito bacana, é muito bom.
2.A IMPORTÂNCIA DE CONHECER O ECOSSISTEMA
Porque não existe a empresa ser bem-sucedida sozinha, ainda mais quando a gente fala de micro e pequenas empresas.Quanto mais a gente tiver empresas daqueles setores que estão bem, aquilo é um reflexo para todo o segmento, para toda a cadeia.
Eu tenho uma soma de empresas que estão bem, mas também as empresas não estão sozinhas no mundo.
É igual o ser humano, ele não está sozinho no mundo, ele tem uma série de relações que faz parte Tem a empresa, os fornecedores, tem toda uma cadeia que faz parte do negócio,também a empresa está num contexto que ela precisa gerar emprego, então ela precisa ter uma mão de obra qualificada.
A gente precisa se preocupar com isso, porque a empresa não é de uma pessoa,não é só do dono, ele tem uma equipe, e aquela equipe está dentro de um contexto, o contexto naquele município,no estado, no país.
Também se não houver uma preocupação com a educação, com a formação que vai chegar naquela mãodeobra ou na política econômica que vai impactar naquele negócio ou nas informaçõesque são fundamentais para eu ter números para que aquele negócio eu não consigo direcionar qual é a estratégia que eu vou traçar, eu preciso ter uma análise de tendência, tudo isso faz parte de um cenário.
Quando eu falo do todo é o cenário no qual aquelas empresas estão inseridas e aquilo ali faz parte do ecossistema que é a integração entre todos eles, então a gente trabalha com os ecossistemas que não são só o negócio, aquela empresa única.
A gente tem este olhar para trabalhar como um todo e também pensar nas parcerias que o Sebrae tem com bancos, quais são as linhas de financiamento, as linhas de crédito.
Precisamos pensar nessa ponte.
São todos os setores, de pessoas, no empreendedorismo e aí tem um empreendedorismo relacionado às escolas, tanto as públicas, privadas, quanto a universidade.
A gente tem essa preocupação de incentivar o empreendedorismo para que isso também gere uma transformação.
O Sebrae pensa em todas as linhas,na exportação, pensando num ambiente externo, são muitos, é uma grande agência de desenvolvimento.
3. O SEBRAE E AS POLÍTICAS PÚBLICAS
A gente tem a lei geral das micro e pequenas empresas, a gente tem uma intervenção também em relação ao MEI, quais são as configurações de MEI, então isso impacta também naquele empreendedor que é o individual.Nós tivemos muita ação em relação a isso, apoiamos as associações, tem algumas ações que a gente faz que é relacionado ao meio, ao espaço.
Lembro do turismo com a economia criativa, com audiovisual.
Nós temos algo que eu estou trabalhando atualmente com economia criativa e o audiovisual é um dos públicos.
Vai acontecer um evento nosso, que é a Max, nós convidamos o Alex Braga que é o presidente da agência nacional de cinema, que vem para participar.
Então a gente tem essa visão, tem as empresas, mas tem o setor público, tem o que está acontecendo de mudanças no ambiente, nesse ecossistema.
4. THINK TANK CONTRIBUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS
Eu gosto demais de trabalhar no Sebrae.
Não é à toa que eu estou aqui há tanto tempo.
Quando você pensa qual seu propósito de vida, o que que te enche o olho para ir trabalhar, tem a ver com seu jeito, a sua proposta, os seus valores.
Eu vejo que no trabalho que eu desempenho diariamente eu estoucontribuindo diretamente para o desenvolvimento do meu país.
Eu sou mãe, tenho 2 filhas, então isso é um legado que eu estou deixando,um ambiente melhor para as gerações futuras, diretamente para as minhas filhas, então isso é um valor, pra mim,muito importante.
O que eu faço tem um desdobramento maior.
A gente tem essa flexibilidade de propor, tenho todo os insumos, instrumentos que a gente tem internamente quanto externamente para compor o nosso repertório de análises de cenários e de tendências, com isso eu consigo fazer uma proposição para dentro do Sebrae, aqui na empresa, tanto para minha gerência, quanto para diretoria, que na maioria das vezes é acatada e a gente consegue caminhar com as soluções e a direção para as empresas.
É muito importante o que o Sebrae proporciona.
É um valor que é meu, que eu tenhopara trabalhar, que tem impactado no meu país, além de outras coisas que o Sebrae oferece enquanto empresa para o seu próprio corpo de funcionários.
Tem uma estrutura maravilhosa para gente poder funcionar e ter essa empolgação esse brilho no olho também.
5. OS GRANDES DESAFIOS
Atualmente nós temos 4 grandes pilares, são 13 segmentos que a gente definiu como os nossos prioritários e o primeiro grande desafio, também por ser um grande setor, que eu encontro no Sebrae, para exercer o meu trabalho enquanto analista de economia criativa, é setor cultural.Outubro de 2022, pós pandemia, no momento onde a gente tem algumas impossibilidades de recursos para esse setor, para essas pequenas empresas.
Muitas empresas, depois do que aconteceu, fecharam, mudaram de atividade, então esse desafio é tentar resgatar aquilo que é da natureza da empresa, do talento das pessoas que trabalham, porque é um setor criativo, fundamental para o país.
É um desafio de ter esse setor estruturado e reconhecido como um motor mesmo de desenvolvimento, então esse reconhecimento requer um trabalho de formiguinha.
Quando a gente fala que todas as experiências modelam o nosso comportamento, modelam o nosso cérebro que é plástico, isso gera uma transformação do próprio ser humano.
Se você analisar o setor da cultura e outros da economia criativa.
Eles são a base para isso, o maior responsável e construir esse cenário é um grande desafio.
Outro grande desafio é o entendimento do conceito da economia criativa e como eu posso trabalhar essa economia criativa para o interior.
A gente tem um trabalho que já existe há um tempo na capital, a gente faz alguns eventos, intervenções, a gente tem a mão de obra muito concentrada aqui na capital.
Mas o interior também precisa receber e beber desses mesmos benefícios, então esse também é um desafio, porque as vezes essa profissão não é a principal e sim a secundária.
Entender isso é importante para a gente conseguir gerar uma transformação.
Um outro desafio que eu tenho, é fazer entender que todos esses talentos são negócios.
A criatividade ela muda o mundo, mas ela só consegue mudar o mundo quando ela de fato se transforma em negócio.
O desafio é fazer com que todos esses talentos concentrados e tudo que existe na economia criativa, se transforme num negócio.
6. PARCERIAS PARA TRABALHAR COM O ECOSISTEMA
Nós temos alguns arranjos que eu consegui estabelecer de parcerias para a gente trabalhar com essa forma de cenário do ecossistema.
Nós desenvolvemos esse ano, em parceria com a ONG Contato, que está no mercado audiovisual há 20 anos, um diagnóstico sócioeconômico do setor audiovisual e a Ong Contato fez uma pesquisa sobre o comportamento de consumo.
Esse é um ponto, eu entender como está esse ambiente dos negócios por meio de pesquisas.
Eu já consigo influenciar na proposição de projetos ou proposição dentro da política de apoio ao audiovisual.
Outro ponto é a construção de séries, como empreender, gravando roteiros, eu mesma gravo, como empreender na economia criativa, como captar recursos, como gerenciar recursos num negócio criativo, então isso serve para plantar aquela sementinha e formar a ideia de como funciona a economia criativa como negócio.
O Sebrae tem uma playlist economia criativa, um canal dentro do YouTube, então eu contribuo, tenho um Instagram - Max economia criativa - que eu também trago esses conceitos, tento disseminar, com isso eu já consegui fechar alguns projetos de economia criativa no interior.
A gente está rodando um projeto agora,que chama“nosso negócio é cultura”, lá em Araguari, interior de Minas.
No início desse ano a gente fechou uma parceria, uma metodologia que eu escrevi, que foi um programa de aceleração de negócios criativos, se chama Sacri- Sebrae Aceleração Criativa.
Nós fizemos uma turma piloto aqui em Belo Horizonte, em parceria com o BDMG cultural, abrimos para as inscrições e em um mês de inscrições abertas, a gente teve 86 projetos inscritos, conseguimos selecionar 25 e desses 25 nós premiamos 3.
A premiação aconteceu no final de maio desse ano.
Também foi uma parceria, eu estou disponibilizando um recurso, fazendo uma capacitação de aceleração do negócio, pensando nele enquanto negócio, oferecendo todas as ferramentas.
7. SUGESTÕES PARA INICIAR UM NOVO THINK TANK
O primeiro ponto são as pesquisas, os estudos, analisar o setor.
Criar uma série de conhecimentos, de informações para que as pessoas possam buscar, estabelecer parcerias, identificar quais são essas outras empresas e outras instituições que também fazem benchmark, entender quais são os pontos importantes, o que elas estão fazendo, e pensar no mercado.
Toda empresa existe para cumprir uma necessidade.
Ela só vai ser bem-sucedida,só vai progredir, prosperar, se ela entregar alguma coisa boa,se estiver fazendo alguma mudança na sociedade, então é um ponto que tem que ser analisado.
Tem que gerar alguma coisa positiva, buscar parcerias, entender aquele mercado, buscar informações, ver quem está fazendo alguma coisa legal, se inspirar, tirar a ideia da cabeça e passar para o papel, isso é fundamental, planejamento é fundamental.