ENTREVISTAS THINKERS EM AÇÃO

Tássia Souza Cruz

Professora na FGV e Gerente Executiva do Ceipe

Possui PhD em Economia da Educação e mestrado em Economia pela Universidade de Stanford.

É graduada em Ciências Econômicas pela PUC-Rio.

Trabalhou como gerente de projetos na Secretaria de Ações Estratégicas (SAE) do Brasil, sendo responsável pelo desenho do componente de financiamento da educação.

Também atuou como consultora do Banco Mundial em projetos de financiamento da educação e avaliações de impacto, trabalhando com vários Ministérios da Educação e Secretarias Regionais de Educação na América Latina e no Caribe.

Sua pesquisa se concentra em política educacional no Brasil, particularmente em financiamento da educação, mercado de trabalho de professores, tecnologia na educação e avaliações de impacto destinadas a melhorar as práticas pedagógicas e o aprendizado dos alunos.

CEIPE - Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais

O CEIPE é um Think and Do Tank baseado na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da FGV (EBAPE/FGV).

Tem como missão melhorar a gestão da política educacional para que o Brasil tenha uma educação básica equitativa, inovadora e de qualidade.

CEIPE acredita que a transformação da educação pública se dará através das pessoas, principalmente aquelas que estão em posições de liderança nas mais de 5.500 secretarias municipais e estaduais de educação.

Sem equipes técnicas qualificadas, capazes de diagnosticar os problemas, pensar soluções e implementá-las, acreditam que não existirão redes públicas de ensino de qualidade.

ENTREVISTA

Tássia Souza Cruz

Possui PhD em Economia da Educação e mestrado em Economia pela Universidade de Stanford.

junho de 2022

Oriana White

ENTREVISTADORA

Juliana Lotti

TRANSCRIÇÃO

 

O DESAFIO PROFISSIONAL DE TRABALHAR COM UM THINK AND DO TANK DENTRO DA UNIVERSIDADE

Bem, eu acho que esse caminho, esse meio do caminho entre teoria e prática é super desafiador porque na realidade, dentro da FGV, se a gente for pensar em termos de crescimento profissional acadêmico, o que a gente está fazendo tem relevância prática, mas importa menos do que se estivesse produzindo artigos acadêmicos internacionais, que também faz parte do meu objetivo profissional.

Mas eu tenho essa necessidade, por isso sou gerente executiva do Ceipe, para que isso seja relevante na prática.

Então, tem um caminho que é muito claro, que é o caminho do acadêmico e tem o caminho, que também é mais claro, que é o caminho do terceiro setor.

Então tem quem pense que estando dentro de instituições, de universidades, que é o caso do Ceipe, isso tem um benefício de você ter mais conexão com a teoria e ter um respaldo para trabalhar com secretarias de educação.

Sim, mas profissionalmente, para quem está nessas instituições é muito desafiador porque você não está nem em um mundo por completo e nem no outro mundo por completo.

Então você tem que ter 2 papéis que você tem que estar bem o suficiente nos 2 para você crescer profissionalmente.

Por um lado, eu tenho que desenvolver minhas habilidades de gestão e trabalhar com a equipe para produção de execução de projetos que a gente chama de Think and Do Tank, porque a gente produz conhecimento, mas a gente trabalha também ajudando, apoiando Secretaria de Educação a executar essas ideias.

Então isso exige um trabalho de gestão muito intenso.

Isso por si só já poderia ser toda minha dedicação, mas eu tenho que estar sempre produzindo, ter relevância acadêmica até mesmo para justificar o meu papel como professora, pesquisadora dentro da FGV, que é super desafiador.

Eu gosto dos 2 papéis, então para mim faz sentido, mas é um desafio diário profissional e pessoal estar nesses 2 chapéus.

Transcrição Integral


ÍNDICE


  1. Inspiração que vem de dentro da universidade
  2. O desafio profissional de trabalhar com um Think and do Tank dentro da universidade
  3. Apoiando secretarias para desenvolver políticas públicas
  4. As vantagens de estar dentro de uma universidade
  5. Os recursos financeiros quando se está dentro de uma universidade
  6. Recursos humanos facilitados dentro da universidade
  7. O desafio do orçamento
  8. A produção de conhecimento para as secretarias
  9. A pandemia influindo de forma diferente dependendo do projeto
  10. A importância da produção de relatórios
  11. O futuro entre o reconhecimento crescente e a busca de sustentabilidade financeira

1. INSPIRAÇÃO QUE VEM DE DENTRO DA UNIVERSIDADE

Eu sou professora da FGV, e desde que eu entrei para a vida acadêmica, eu tenho necessidade de tornar o que eu produzo academicamente importante para a prática.

Praticamente para a melhoria da qualidade da educação e equidade, que são questões que me movem e que pra mim não faria sentido trabalhar com professoras e pesquisadoras se minha pesquisa não fosse relevante para a qualidade educacional, para ajudar políticas públicas.

A existência de um centro que fica dentro da FGV, que conecta, que é produzido academicamente, em questões de política educacional, que as secretarias precisam de evidência, tenho certeza que é onde eu queria estar, essa conexão entre teoria e prática.


1. O DESAFIO PROFISSIONAL DE TRABALHAR COM UM THINK AND DO TANK DENTRO DA UNIVERSIDADE

Bem, eu acho que esse caminho, esse meio do caminho entre teoria e prática é super desafiador porque na realidade, dentro da FGV, se a gente for pensar em termos de crescimento profissional acadêmico, o que a gente está fazendo tem relevância prática, mas importa menos do que se estivesse produzindo artigos acadêmicos internacionais, que também faz parte do meu objetivo profissional.

Mas eu tenho essa necessidade, por isso sou gerente executiva do Ceipe, para que isso seja relevante na prática.

Então, tem um caminho que é muito claro, que é o caminho do acadêmico e tem o caminho, que também é mais claro, que é o caminho do terceiro setor.

Então tem quem pense que estando dentro de instituições, de universidades, que é o caso do Ceipe, isso tem um benefício de você ter mais conexão com a teoria e ter um respaldo para trabalhar com secretarias de educação.

Sim, mas profissionalmente, para quem está nessas instituições é muito desafiador porque você não está nem em um mundo por completo e nem no outro mundo por completo.

Então você tem que ter 2 papéis que você tem que estar bem o suficiente nos 2 para você crescer profissionalmente.

Por um lado, eu tenho que desenvolver minhas habilidades de gestão e trabalhar com a equipe para produção de execução de projetos que a gente chama de Think and Do Tank, porque a gente produz conhecimento, mas a gente trabalha também ajudando, apoiando Secretaria de Educação a executar essas ideias.

Então isso exige um trabalho de gestão muito intenso.

Isso por si só já poderia ser toda minha dedicação, mas eu tenho que estar sempre produzindo, ter relevância acadêmica até mesmo para justificar o meu papel como professora, pesquisadora dentro da FGV, que é super desafiador.

Eu gosto dos 2 papéis, então para mim faz sentido, mas é um desafio diário profissional e pessoal estar nesses 2 chapéus.


2. APOIANDO SECRETARIAS PARA DESENVOLVER POLÍTICAS PÚBLICAS

A gente apoia as secretarias a desenvolverem projetos (de política pública), a implementar projetos.

A gente tem uma preocupação que quando a gente faz esse apoio, a gente se diferencia, por exemplo, de uma consultoria.

O nosso papel é fornecer esse conhecimento em apoiar a Secretaria a desenvolver esse conhecimento dentro da própria Secretaria.

A gente faz o máximo para evitar desenhar a política pública que muitas vezes a Secretaria demanda, mas o papel é apoiá-los para que esse projeto tenha sustentabilidade, para que não dependa do Ceipe para que o projeto continue.


3. AS VANTAGENS DE ESTAR DENTRO DE UMA UNIVERSIDADE

Se a gente for pensar dentro da FGV, a gente tem um papel que faz parte de um ecossistema do terceiro setor, a universidade também, claro, mas tem um olhar diferente.

Por exemplo, você tinha mencionado o Todos pela Educação, eles estão no cerne do terceiro setor.

A gente faz parte desse ecossistema, só que a gente faz parte de um outro, que é o de estar dentro de uma universidade.

Então a própria existência de uma instituição que quer estar conversando com o terceiro setor, com outras instituições que estão atuando na prática e com a universidade, gera uma série de conflitos e desentendimentos.

Porque o Ceipe quer estar dentro da FGV e nos diferencia ter um centro de pesquisa dentro da FGV ou dentro de outras instituições.

A gente é um Think Thank dentro de uma universidade e ao mesmo tempo a gente se diferencia de um Todos pela educação, de um instituto Natura, de institutos que são só do terceiro setor, então dentro desse ecossistema a gente está um pouco no meio do caminho.

Que tem o benefício de estar mais próximo da academia e de conhecimentos acadêmicos.

Acho que essa conexão com professores que estão pensando em pesquisa acadêmica de ponta, isso é muito relevante.

Tem todos os alunos da FGV que já fazem parte dessa instituição.

Ter o Ceipe garante que quem tem interesse em pesquisar a política educacional tem um ponto de apoio já dentro da universidade e a FGV, justamente por ter essa excelência acadêmica, nos facilita muito o contato com a Secretaria de Educação.

Claro, a gente tem a Cláudia, que já transcende com certeza, mas nos facilita ter esse contato com a Secretaria de Educação e a Secretaria de Educação ter essa confiança na qualidade do que a gente produz.

E também um contato com amigos, mídias em geral, e tem uma procura muito grande por especialistas na área de educação para discutir assuntos relevantes, que muitas vezes vai para FGV, e a FGV não tem outros especialistas de educação, então o Ceipe se torna muito relevante, no debate justamente por estar na FGV.


4. OS RECURSOS FINANCEIROS QUANDO SE ESTÁ DENTRO DE UMA UNIVERSIDADE

Nesse sentido, para pesquisa acadêmica, estar na FGV ajuda porque tem recursos para pesquisa acadêmica, mas para esse apoio à implementação de políticas, essa parte mais prática que o Ceipe atua, estar na FGV, não sei se ajuda muito.

A gente trabalha no formato que é muito próximo de outros institutos, que a gente precisa de mantenedores, de doadores que garantam nosso funcionamento.

A gente existe pelo apoio de doadores, como Fundação Lemann, instituto Natura e Itaú social são nossos mantenedores, então a gente só existe porque tem esse ecossistema que nos apoia.

A gente tem esses mantenedores que nos ajudam a existir.

A FGV tem uma estrutura que nos apoia, mas é uma estrutura cara também, o que dificulta.

Então, a gente precisa pagar a própria FGV para a gente conseguir existir.

É uma forma de orçamento que a FGV faz, mas assim todo o salário, de toda a equipe, tudo isso é a gente que precisa ter um custo de estrutura física, que a gente tem que iniciar por conta própria.

Eu diria que uma questão que a gente tem dentro da FGV, é que existe uma dificuldade, muitas vezes burocrática, de como que a instituição vai desenvolver projetos que apoiem na prática de políticas educacionais, por mais que a gente não desenvolva política, mas a gente apoia secretarias para esse desenvolvimento, tem uma questão burocrática de como fazer essas parcerias e isso é super desafiador.

Acho que é pensar como que as universidades podem ter um centro que receba recursos de fora, e como que burocraticamente, é possível exigir recursos a serem utilizados para projetos com Secretaria de educação.

Acho que essa é a grande questão, que existem em algumas universidades públicas, eles chamam, de centros que ficam ligados para poder receber recursos de fora e apoiar projetos de fora, e ter uma burocracia própria que não é a burocracia da própria instituição.

Com certeza! Para ser possível receber e utilizar esses recursos de forma que são para projetos aplicados e não necessariamente projeto de pesquisa alinhado. Então, o benefício de estar dentro da universidade é que você consegue desenvolver o projeto de pesquisa alinhado aos projetos práticos, mas você precisa conseguir usar para projetos aplicados à política, se não é política pública, têm que estar separado.


5. RECURSOS HUMANOS FACILITADOS DENTRO DA UNIVERSIDADE

Para o desenvolvimento de pesquisa de bolsistas, a gente pode usar da universidade, esse é um dos benefícios de estar na universidade, isso é muito legal.

Mas a gente tem uma equipe própria, porque tem um papel de gestão de projetos que é muito complexo e exige um engajamento de equipe.

Então por mais que eu seja professora, eu preciso ter uma equipe que vai coordenar os projetos e que seja dedicada exclusivamente a isso.

E isso é muito importante, se eu não tiver essa equipe que me apoia, não tem como.


6. O DESAFIO DO ORÇAMENTO

Um momento difícil, acho que é a questão de orçamento.

Como a gente depende dos doadores para existir, muitas vezes a gente fica com a corda no pescoço, se a gente vai conseguir continuar no ano seguinte, sem ter a certeza desses doadores.

Porque infelizmente a gente não consegue doações de longo prazo, então cada ano a gente tem que lutar para conseguir o recurso do ano seguinte, ter certeza que vamos continuar, então isso é muito desafiador.

A gente começa no segundo semestre, mas junta para o final do ano, nessa conversa com as instituições para ter a certeza que eles vão financiar no ano seguinte.

Muitas vezes a gente só consegue no ano seguinte a certeza do financiamento.

Como a gente depende de instituições do terceiro setor, agora a gente está cada vez mais tentando conseguir financiamento de empresas, mas até o momento a gente não tem nenhum doador que é de uma empresa.

É a parte social da empresa e eles têm recursos para ou fazerem projetos próprios ou para apoiar instituições como a nossa e aí eles utilizam parte dos recursos para nos apoiar - Fundação Lemann.

Eu entendo que a existência dessas Fundações vê também de uma questão de impostos, mas eles têm a própria fundação, então eles têm os próprios projetos e aí eles próprios apoiam algumas instituições como a nossa.

Algumas iniciativas utilizam esse formato de associados, de ter pequenos financiadores, que dão valores menores, mas que mantém.

Pra isso a gente precisa ter um leque muito grande de financiadores, me dando um valor pequeno.

No nosso caso, a gente acha mais difícil seguir desse formato do que no formato que a gente tem de financiadores maiores e aí todos os nossos mantenedores fazem parte do nosso concelho e assim tem um aporte maior e nos apoiam até no plano estratégico de que a gente vai desenvolver ao longo do ano, a longo prazo. Nos apoiam no caminho a seguir.

Não conseguimos, até hoje, nenhum desses casos de pessoas ricas.

A gente está com uma estratégia de contactar essas pessoas e ver o interesse.

Até hoje a gente não conseguiu.

Eu acho que até é mais difícil no Brasil ter essa cultura de individualmente apoiar uma iniciativa.

Eu acho que quando acontece um caso como esse, tem uma fundação que apoia, uma fundação, Lemann, aí a fundação que nos apoia.

A gente também tenta captar dessa forma.

A gente nunca teve sucesso nesse sentido.

Tivemos mais sucesso por instituições é o que parece estar tendo um pouco mais de interesse.

A gente ainda não conseguiu, mas acho que é o mais otimista nesse sentido, de empresas privadas que não têm necessariamente o instituto, mas que têm interesse em nos financiar dentro da instituição que às vezes tem uma área social, não chega a ser um instituto, mas tem uma área social e tem recursos para financiar alguns projetos e a gente ainda tá pensando nisso.


7. A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO PARA AS SECRETARIAS

Como a gente tem esse papel de produzir conhecimento e que esse conhecimento apoia as secretarias a fazer uma gestão baseada em evidências, esses projetos não são projetos educacionais, que vai direto para a escola.

Então é muito difícil para gente indicar quantos alunos são afetados.

A gente apoia a Secretaria como um todo, então os nossos resultados são mais de longo prazo ou de melhoria da qualidade da gestão, porque muitas vezes as instituições privadas têm um interesse que é muito específico, saber que a vida daquela criança mudou.

Quando a gente faz uma parceria com a Secretaria, essa parceria se estabelece durante aquele período.

A gente sempre se preocupa quando vai ter alguma mudança com aquela gestão, mas ainda assim se ter a preocupação de a gente estar formando um gestor que talvez saia, né?

Mas aí a gente trabalha não só com o secretário ou a secretária, mas também com a equipe de gestão, que são, em geral, servidores que estão em cargos de liderança e que vão ter um papel de manter o funcionamento da Secretaria independente de quem está a cargo.

Então a gente sempre trabalha com esses diferentes níveis, dentro da gestão e a gente trabalha também com os secretários, porque é muito importante que o secretários estejam alinhados com a superintendência, e com os técnicos.

Mas a gente sempre chega nos técnicos da Secretaria e às vezes nos diretores de escola porque é quem vai ficar. Se muda uma gestão, não pode mudar o direcionamento, mas aquele conhecimento de como tornar esse direcionamento uma política pública de qualidade, vai ficar na Secretaria.


8. A PANDEMIA INFLUINDO DE FORMA DIFERENTE DEPENDENDO DO PROJETO

Depende um pouco de como era o projeto.

A gente tem um projeto grande que é de apoio a uso de tecnologia nas escolas, em que a gente faz o monitoramento e avaliação dessa iniciativa - educação conectada.

Um projeto que foi muito afetado, porque com as escolas fechadas, mesmo que a tecnologia chegasse, não podia ser usada na sala de aula porque não era uma tecnologia para uso dentro de casa, e sim dentro da escola para uso pedagógico do professor.

O que aconteceu com esse projeto, foi que a gente conseguiu apoiar a compra da tecnologia, que é um processo super difícil, mesmo tendo o recurso as secretarias, não avançam na compra, não sabe nem o que comprar ou como fazer com essas pessoas e a formação de professores para que eles saibam usar isso na sala de aula e isso a gente conseguiu passar por formato on-line e o projeto teve continuidade.

O nosso papel nesse projeto, é do monitoramento e avaliação.

Existe daí um parceiro que é o sieve, que apoiava diretamente na implementação, que tem parceiros que financiam esse projeto, em parceria com o BNDS que financia uma parte, bem outros financiadores. Então é esse projeto se adaptou para que quando voltassem as aulas, tivesse tudo caminhando.

Outro projeto que é nosso carro chefe, que é o nosso foco principal, é a formação de gestores educacionais.

A gente passou para o formato on-line, e tem perdas, passar para o formato on-line, porque antes a gente tinha uma rede de gestores, que trocam entre si, não só o conhecimento que a gente está passando, mas tem uma troca de boas práticas, que é conhecer o que outros gestores estão fazendo.

Isso, a gente passou para o formato on-line, então tiveram perdas dessa troca, mas ainda assim a turma ficou super engajada e a gente conseguiu finalizar o projeto.

A turma 2 que acabou se estendendo mais tempo, porque o tempo de aula também tinha que ser menor, o tempo de formação tinha que ser menor.

Cada encontro tinha de ser menor porque a atenção on-line é diferente.


9. A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO DE RELATÓRIOS

Isso sim. A gente produz relatório de política educacional em que a gente normalmente, ou fala de alguma questão específica da educação e a gente atualmente está até escrevendo um relatório sobre essa experiência na rede líder.

A gente não tem nenhum relatório feito sobre isso, mas é um relatório que a gente está produzindo agora.

A gente tem essa questão de produzir relatórios, que tenham esse formato de cases.


10. O FUTURO ENTRE O RECONHECIMENTO CRESCENTE E A BUSCA DE SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA

Tem crescido o reconhecimento do Ceipe, tem ganhado maior reconhecimento em relação à importância de produzir conhecimento que seja prático, então quando a gente apoia uma Secretaria, a gente tem um estudo de caso, de como foi a iniciativa - educação conectada - no território do Tocantins, por exemplo, caso que a gente produziu recentemente.

Esse conhecimento mais prático, tanto para o terceiro setor, como para a comunidade acadêmica e quem trabalha com política educacional, todos tem percebido que é importante ter essa produção de conhecimento mais prática e as secretarias também têm visto a relevância do Ceipe, numa situação como a pandemia.

Hoje muitas Secretarias de educação precisam recuperar, recompor a aprendizagem.

Tem tido uma demanda muito grande das Secretarias pelo nosso apoio, seja para a formação desses gestores, para apoiar a implementação de alguma política educacional então, nesse sentido, eu vejo o Ceipe ganhar mais relevância, mais força.

A questão de financiamento acho que sempre é a nossa preocupação, porque, dificuldades econômicas em geral, afetam as instituições que nos financiam e, por consequência, acabam nos afetando e a inflação acaba reduzindo muito o que a gente recebe e a gente não consegue, em geral, aumentar o valor das doações.

Então a questão financeira tem sido bem desafiadora, apesar da relevância, eu vejo que os nossos mantenedores cada vez mais valorizam nosso trabalho, tem uma demanda para a gente produzir mais.

A gente não tem recursos e muitas vezes a gente não tem braço para conseguir.

Hoje, o que a gente está trabalhando, é tentando conseguir recursos de instituições privadas, pra gente conseguir ter mais braço para apoiar mais Secretarias, produzir mais conhecimento a partir dessa necessidade que a gente vê que as secretarias cada vez tem mais.

A gente já tem alguns projetos que são direto com as secretarias.

Isso é possível, mas em geral são projetos específicos que é diferente de uma doação e, para nossa existência, a gente precisa ter a doação.

E aí, algum projeto específico nos ajuda, tem o custo do projeto que a gente consegue que é Secretaria, que nos financie para executar os projetos.

Isso a gente consegue, sim, mas não é esse o dia a dia, para a produção de conhecimento que a Secretaria apoia para a gente apoiá-los, mas não pra gente produzir conhecimento, produzir relatório, divulgar esse relatório.


Muito obrigada pela entrevista!!