Como se Descolar de Doadores Envolvidos em Fraude Financeira
O escândalo da fraude nos demonstrativos financeiros da Americanas colocará de novo na mesa de discussão a conveniência ou não de entidades beneficentes ou Think Tanks aceitarem recursos privados.
Os maiores donos da Americanas, entre os quais Jorge Paulo Lemann, são conhecidos como filantropos, cada um contribuindo com recursos para o terceiro setor via suas fundações.
Hoje, Lemann e seus dois sócios, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, estão diariamente nos jornais, manchando de certa forma a reputação dessas ONGs, uma vez que o dinheiro deles pode ter origens duvidosas.
ONGs se preocupam com a origem dos recursos filantrópicos, e nos próximos meses teremos muitas discussões sobre o assunto.
Alguns empresários sabem que já fizeram besteiras, que nem todos os impostos foram efetivamente pagos, e que alguns parceiros ao longo da vida foram de fato prejudicados.
Muitos desses empresários criam fundações filantrópicas com o argumento de “devolver para a sociedade” parte de seus ganhos. E ninguém precisa se sentir culpado em ajudá-los a cumprir seus intentos.
A crítica usual de que empresários do setor privado só irão financiar projetos que lhe deem lucro não se sustenta pelas evidências.
Normalmente as empresas fazem doações genuínas para socorrer a comunidade à qual a empresa pertence.
Se sua Think Tank recebeu uma doação ou dotação de uma empresa ou empresário que aparece desfavoravelmente na mídia, o correto é defender-se e não esconder a dotação.
Declare que sua Think Tank ou ONG recebeu sim uma dotação, informe o valor, e acrescente que o recurso foi usado para pesquisar ou ajudar a resolver um certo problema condizente com a missão e os princípios seguidos por sua instituição. E apresente os resultados obtidos, quando possível.
Se quiser, até agradeça.
Por isso nós da Thinkers insistimos para que os Think Tanks divulguem claramente sua Missão, Valores, e Carta de Princípios, para mostrar que nenhum deles foi violado.
Stephen Kanitz