Observatório da Economia da Sociobiodiversidade
Coletivo de organizações da sociedade civil e movimentos sociais lançam observatório para acompanhar e influenciar as políticas relacionadas à economia das florestas.
Conheça o Observatório da Economia da Sociobiodiversidade, o #ÓSocioBio!
“A economia da floresta é inimiga da monocultura”: entidades lançam observatório na Câmara dos Deputados
Evento contou com apoio da Frente Parlamentar Ambientalista. ÓSocioBio buscará acompanhar e influenciar políticas relacionadas à economia da sociobiodiversidade
Foi lançado nesta quarta-feira (1/6), na Câmara dos Deputados, o Observatório da Economia da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio), um coletivo de organizações da sociedade civil e movimentos sociais ligados à economia dos produtos da sociobiodiversidade e de seus territórios, que buscará acompanhar e influenciar positivamente as políticas no Congresso Nacional e no Executivo relacionadas à temática.
O lançamento, realizado em parceria com a Frente Parlamentar Ambientalista, contou com a presença de diversos deputados, que lembraram a importância e os desafios da agenda e a necessidade de fazê-la avançar. “Hoje o país tem que apresentar um plano de gestão que contemple as necessidades do nosso planeta”, afirmou a deputada Joenia Wapichana (Rede/RR). Ela lembrou a urgência do momento eleitoral e a necessidade de cobrar o compromisso dos candidatos com a economia da sociobiodiversidade, entre outros temas ambientais. No dia 22 de junho, o ÓSocioBio apresentará suas propostas para o próximo governo no Senado Federal.
Entre os deputados, participaram do evento o vice presidente nacional do PT, Marcio Macedo (PT/SE), Nilto Tatto (PT/SP), Erika Kokay (PT/DF), Talíria Petrone (Psol/RJ), Alessandro Molon (PSB/RJ) e Padre João (PT/MG). Pela sociedade civil, representantes do Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS), da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), do WWF-Brasil, do Observatório do Clima, do Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus), do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), da Fian-Brasil, da ACT Promoção da Saúde, entre outras entidades.
Pelo Instituto Socioambiental (ISA), Márcio Santilli disse que as estratégias para a superação da crise climática e ambiental passam pelo apoio de uma economia alternativa. “A economia da sociobiodiversidade, ou a economia da floresta, é inimiga da monocultura. Ela é diversidade por princípio, pela própria lógica da reprodução dos ecossistemas naturais, das florestas. Portanto, fomentar esse tipo de economia não é a mesma coisa que fomentar a monocultura, uma cadeia econômica específica e isolada. É preciso lidar com essa diversidade, ter propostas e soluções que sejam capazes de contemplar justamente a diversidade, porque é ela que protege e que garante a longo prazo a sobrevivência dos nossos ecossistemas naturais”.
Durante o evento foi lida a carta de criação do Observatório. “A economia da sociobiodiversidade, em contraste com a narrativa emergente da bioeconomia, tem como cerne a diversidade de seus povos, comunidades e territórios, a valorização dos conhecimentos tradicionais e da biodiversidade, o cuidado com o meio ambiente e os modos de vida. Também o protagonismo de mulheres e o estímulo ao engajamento da juventude distinguem a organização social que dá sustentação às cadeias da sociobiodiversidade e informam sobre o projeto de futuro que elas postulam: o de uma sociedade mais justa e democrática”, afirma o documento.